terça-feira, 27 de maio de 2008

Uma vez jornalista...

Uma vez jornalista...
Aydano André Motta: o palestrante fala sobre ossos do ofício, e dá dicas aos futuros jornalistas

Gostar. Essa é, segundo o jornalista Aydano André Motta, a palavra-chave para os alunos do curso de Comunicação Social da Puc-RJ. Durante sua palestra no dia 11 de Setembro, no campus da faculdade, ele repetiu inúmeras vezes a importância do amor pela profissão. Formado há 22 anos, pela UFF, o jornalista relatou as inúmeras vezes que não pode comparecer a encontros com os amigos por causa das notícias que tinha que cobrir, o fato de seus relacionamentos amorosos se limitarem a pessoas também do meio jornalístico devido aos horários oscilantes e imprevisíveis e ainda,as quatro pautas fruto de uma viagem supostamente de férias, à Pipa no Rio Grande do Norte.

Decidido a fazer Jornalismo desde os 15 anos, quando viu o filme " Todos os homens do presidente", que desvenda o caso Watergate numa trama de jornalismo investigativo exemplar, Aydano citou uma expressão de Guimarães Rosa ao relatar seu início de carreira. Certo de que o " Sapo não pula por boniteza, mas sim por precisão", o então segundo melhor estudante de seu curso foi até a redação do Jornal Placar pedir para estagiar. O máximo que conseguiu foi uma indicação para o jornal "O dia", onde após se encontrar com o editor Guedes de Freitas, conseguiu seu primeiro estágio não remunerado.

Hoje, comentarista do SportTV e editor da coluna de Ancelmo Góes no jornal "O globo", ressaltou a importância de se aprender as técnicas ensinadas na universidade. Além de considerar a cautela e a ética como fundamentais na profissão, a leitura e o domínio da língua também são essenciais.

Com bom humor, Aydano respondeu às perguntas dos universitários, que variaram entre como saber se uma fonte é confiável até dicas para futuros jornalistas. Para a última ele não pensou duas vezes. "Gente, vocês estão atrasados. Criem um blog. Não é magia, tem que ter preparo, ser diferente sendo o melhor. Vocês hoje em dia tem tudo, acesso a cultura, computador, não mais aquelas máquinas de escrever. A única vantagem que tive foi ver o Zico jogando ao vivo!", exclamou ao mencionar os artifícios tecnológicos que facilitam não só a transmissão da notícia mas também a pesquisa sobre qualquer assunto.

Antes de concluir a palestra, o jornalista ainda, a pedidos dos estudantes, sugeriu a leitura de alguns livros. Dentre os quais, um entitulado "102 minutos" que adota a perspectiva de quem estava dentro do World Trade Center na hora do ataque durante os 102 minutos que transcorreram entre o impacto do primeiro avião e a queda dos edifícios.

Fã de Élio Gaspari e Ricardo Kotscho, Aydano Motta concluiu deixando claro que a evolução está em todos os lugares e que a paixão por fazer matérias e de contar histórias, tem que ser grande ao ponto de sobrepor vida social pois não são poucas as datas festivas, por exemplo, passadas em plena redação. Gostar é pouco.

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[ Primeira reportagem feita por mim na faculdade para a matéria Introdução ao Jornalismo.

"Gente, vocês estão atrasados. Criem um blog. Não é magia, tem que ter preparo, ser diferente sendo o melhor. Vocês hoje em dia tem tudo, acesso a cultura, computador, não mais aquelas máquinas de escrever. A única vantagem que tive foi ver o Zico jogando ao vivo!"

Não é magia e hoje em dia temos tudo.